sábado, 10 de dezembro de 2011

CAMPANHA ORGULHO DE SER NORDESTINO!!!

AJUDE A CAMPANHA POSTANDO UM COMENTÁRIO SOBRE A SEGUINTE PERGUNTA, PORQUE VOCÊ TEM ORGULHO DE SER NORDESTINO ?

domingo, 4 de dezembro de 2011

Oração à Santa Bárbara

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas
e a violência dos furacões,
fazei que os raios não me atinjam,
os trovões não me assustem e o troar dos canhões
não me abale a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que eu possa enfrentar de
fronte erguida e de rosto sereno todas as tempestades
e as batalhas de minha vida, para que,
vencedor de todas as lutas,
com a consciência do dever cumprido,
possa agradecer a vós, minha protetora,
e render graças a Deus, criador do céu, da terra, da natureza:
este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades
e abrandar a crueldade das guerras.
Santa Bárbara, rogai por nós!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tributo A Lampião

Daniel Bueno
Eu vou contar pra todo mundo uma história
Que o tempo não apaga e me fascina
De um homem que ainda vive na memória
Pela glória, sua fama e sua sina
Até hoje não se sabe se ele foi
Um herói ou um caubói, um justiceiro cruel
Eu só sei o que se canta por aí
No repente da viola, e na poesia do cordel
Começou a sua vida de aventuras
Na mais pura intenção da sua lei
Pela morte do seu pai fez uma jura
De tortura, de vingança, eu não sei
Se a coragem confundiram com loucura
Foi terror ou foi bravura nas caatingas do sertão
Foi amigo e devoto de Padim Ciço
Que lhe deu de compromisso a patente de capitão
Também amou...se apaixonou...
E conquistou a Maria mais bonita
A morena mais faceira que lhe deu seu coração
E o casamento de Santinha e Virgulino
O destino só na morte foi que fez separação
Ele enfrentou as volantes do Nordeste
Fez o diabo, fez a peste, matou gente como um cão
Mesmo assim foi dominado e algemado
E acabou sendo marcado pela força da paixão...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A oração da Pedra Cristalina






"Minha Pedra Cristalina que no mar fosse achada, entre o Cálice e a Hóstia consagrada:

treme a terra, mas não treme Nosso Senhor Jesus Cristo no altar;

Assim como treme os corações dos meus inimigos quando olharem para mim.

Eu te benzo em cruz e não tu a mim, entre o sol e a lua e as estrelas

- as três pessoas da Santíssima Trindade.

Meu Deus! Na travessia avistei meus inimigos.

Meu Deus, o que faço com eles?

Com o manto da Virgem Maria sou coberto;

e com o sangue de meu senhor Jesus Cristo sou valido.

Tens vontade de atirar, porém não atira.

Se me atirar, água pelo cano da espingarda correrá.

Se tiver vontade de me furar a faca, a mão cairá.

Se me amarrar, os nós desatarão

e se me trancar, as portas se abrirão.

Salvo fui, salvo sou, salvo serei.

Com a chave do Sacrário, eu me fecho".

domingo, 11 de setembro de 2011

LAMPIÃO: A ORIGEM DO APELIDO





Uma das perguntas que mais fazem, é como surgiu o apelido Lampião. Existem muitas versões, mas creio que a pura e verdadeira origem se perdeu nas brumas do tempo. A tradição oral no sertão é a versão que mais se aproxima da realidade. Como confere o poeta em seus versos: 

Virgolino era valente
Tinha boa pontaria
Se orientava no tempo
Todo sinal conhecia
Na luta contra o inimigo
Na caatinga era um perigo
Pois com ele ninguém ia.

Todos se admiraram
Com a sua empolgação
À noite quando atirava
Já se notava o clarão
Foi de tanto clarear
Que passaram a lhe chamar
Como grande Lampião.

Já estando no cangaço
O famoso Virgolino
Seu mano Antonio Ferreira
Seguiu no mesmo destino
Para engrossa a fileira
Seguiu a mesma carreira
Ezequiel e Livino.
(Gilvan Santos)

Com o assassinato do seu pai, Virgolino e seus irmãos Antonio e Livino entram no bando de Sinhô Pereira, braço armado da  família, inimigo dos Carvalhos. Como seu principal desafeto, Zé Saturnino, era da mesma linhagem, então, estarem juntos, era uma mão na luva, juntar a fome com a vontade de comer.

Certa ocasião planejavam um ataque a fazenda Quixaba, em Queixada, atual município de Mirandiba. Na elaboração do plano, Sinhô Pereira distribuía as funções e por onde cada um deveria seguir. 

“- Esses três seguem na direção que for  Mão de Grelha. Baliza  e Dé Araújo seguem Virgolino”, dizia mais ou menos isto. 

“- Como saberemos seguir Virgolino, se a peleja será na escuridão da noite?” Perguntou o jovem cangaceiro Dé, que viera da fazenda Ema e era irmão  de Olímpio Cavalcanti Araújo, amigo de infância e colega de estudo de Virgolino. 

Antes do chefe responder, Virgolino profetizou seu futuro nome, que substituiria para sempre o que recebera no primeiro sacramento. 

“- Siga o lampião. Vou abrir fogo com tanta velocidade que o cano de minha arma vai iluminar feito um lampião!” 

E  foi censurado tenazmente: 

“- Olha, que atire rápido, tudo bem. Mas deverá atirar somente o suficiente pra matar ou afugentar. É bom saber que munição de cangaceiro é adquirida a duras penas”. 

Esta repreensão de Sinhô Pereira  estimulou os companheiros a ficarem lhe apelidando de Lampião. 

A desenvoltura em atirar deveu-se a uma engrenagem feita artesanalmente no seu rifle, Com uma peia de couro amarrada na alavanca e a outra no dispositivo de detonar, de forma que o movimento de ejetar a cápsula trazia ao mesmo tempo o novo cartucho pra câmara, logo disparando o tiro. Ficava com a mesma velocidade de uma pistola automática.

O nome de Lampião
Foi crescendo em todo canto
E a sua cabroeira
Sempre aumentando de tanto
Que aonde eles passavam
Todos se admiravam
E provocava espanto.
(Gilvan Santos)

Algum tempo depois Dé Araújo ou Manoel Cavalcanti de Araújo, como era seu nome original,  deixou o cangaço e foi pra São Paulo, ingressando na Polícia Militar, vindo a falecer como oficial. 

Se o ataque deu certo, não sabemos. Mas que a alcunha ficou pra sempre, isto sim.

Era muito estrategista
Virgolino Lampião
Num tinha medo de nada
Nas veredas do sertão
Nunca esquentou a moringa
E no meio da caatinga
Rugia feito um leão.
(Gilvan Santos)

Era coberto de razão o Capitão João Bezerra quando dizia: 

“- É sempre melhor apagar uma lamparina do que apagar um lampião!” 

(Texto extraído do livro LAMPIÃO. NEM HERÓI NEM BANDIDO. A HISTÓRIA, de Anildomá Willans de Souza)